Egito Antigo
Terra dos Arcanos da Vida
Ptah-Hotep, vizir do Faraó, Dadkarê-Isési (V Dinastia - aprox. 2.700 a.C.), quase dois mil anos antes do esplendor da civilização Helênica, a qual foi herdeira de muitos conhecimentos egípcios, escreveu :
"Jamais reveles a outrem o que alguém te confiou, abrindo-te o teu coração. Se queres ser um homem perfeito, aperfeiçoa o teu coração. Diz aquilo que é, em vez daquilo que não é. A Amon aborrece o excesso de palavras. Se algo for contestável, não o digas. O teu silêncio é mais útil do que a abundância de palavras. Deixa o teu coração sofrer, mas domina a tua palavra. O segredo mais íntimo revela-se no silêncio. É vasta a influência do homem agradável ao falar. Mas, as facas estão afiadas para quem forçar a passagem, pois esta Só é permitida no devido tempo."
Atribuem à civilização egípcia um cunho sombrio e por diversas vezes associam a temática de seus escritos a respeito dos rituais e filosofia do seu povo à necrofilia. É necessária uma visão mais profunda e menos dogmática a respeito do pensamento e comportamento de um povo evoluído e não compreendido na sua proposta de entendimento da vida, da morte e do renascimento das cinzas materiais que nos cercam no plano físico, tal qual a Phoenix. Não vislumbramos, nem sequer enxergamos o que está por detrás dos suntuosos monumentos, dos magníficos papiros e dos relevos instalados na terra de Khan. Existe uma tendência que felizmente está degenerando-se no círculo acadêmico, em classificar as Civilizações Antigas como "primitivas".
Numa primeira observação, não compreendemos a razão de estruturas tão grandiosas. Quando nos damos conta que não existe uma pedra sequer remanescente de suas moradias, "lojas" e estabelecimentos, contrastando com monumentos erigidos para desafiar o tempo e às intempéries, indagamos estupefatos: Como? Porquê? A resposta encontramos na dedicação dos antigos egípcios à vida! Não a vida mundana e materialista a qual o ocidente tanto se apega, e valoriza (embora esta fosse celebrada constantemente).
Mas a Vida como um todo; um fluxo contínuo onde o desenlace é apenas uma transição. Uma mudança de "estado" e de "ambiente". Partindo deste princípio, podemos notar que mais de noventa por cento das construções que tinham por finalidade a reverência e exaltação da Divindade, estão ainda de pé! As Pirâmides, as Esfinges, os Obeliscos, os grandiosos Templos e outras tantas estruturas de Culto, Ensino e Ritos Iniciáticos (Casas da Vida) cujo objetivo final era Deus (sim, o Egito era monoteísta!), ainda resistem solenemente! Eles tinham de ser como o Creador: Incólumes e Eternos! Portanto, suas moradias e outros locais referentes à "passageira" vida mundana, eram construídos basicamente com adobe para que durassem justamente o fugaz período de uma existência. Faziam isso para lembrarem-se da temporaneidade e transitoriedade da vida, cujo objetivo final era RÁ (algo semelhante às mandalas tibetanas feitas com areia colorida que, uma vez terminadas, depois de longo e exaustivo trabalho, são destruídas com um simples "esfregar das mãos" de um Lama).
O BAH egípcio
Consideravam que, assim como o coração é o Altar, o corpo é o Templo de "Bah" (a Alma). Portanto, devia ser preservado até a entrada do "morto" pelo terceiro portal do Amentis até a entrada em Amduat ("Reino dos Mortos" ou plano Astral). Era incumbência da "Casa da Morte", sob os auspícios de Anúbis, o embalsamamento e mumificação do corpo, num processo iniciático complexo que incluía banhos com unguentos e essências aromáticas, unções alquimicamente preparadas (o Egito foi o berço da Alquimia) e entoação de mantras para cada parte do corpo. Este processo durava cerca de setenta dias que, segundo a filosofia e religião egípcia, era o tempo médio necessário para que o indivíduo "despertasse" e se conscientizasse de sua nova condição no "Reino dos Mortos". Isto mantinha o corpo etérico ainda "preso" para que a consciência tivesse uma espécie de "referência" em relação ao plano físico sem ser molestado pelos umbrais inferiores. Os sarcófagos também eram preparados uma vez que funcionavam como verdadeiras caixas orgônicas, dificultando, de uma certa forma, a rápida "volatização" do corpo etérico (em muitos sarcófagos, conseguiu-se mensurar padrões de frequência vibratória elevados em escala radiônica, semelhante à "Rede de Hartmman" que tarduzem os canais de força Cósmica e Telúrica que "vascularizam" energeticamente a Terra). Anúbis
Eram assim enterrados sempre na margem esquerda do Nilo (o lado onde RÁ, o Sol, se põe) para que, durante a noite, após o "coração" do "morto" registrar leveza maior que uma pluma na balança do "Tribunal de Osíris", sua alma cruzasse o Rio Sagrado na "Barca de RÁ" a fim de "encontrar-se com RÁ" além da margem direita, onde RÁ se levanta. As Civilizações antigas, principalmente as orientais que até hoje mantêm este conceito de culto à ancestralidade, davam merecida importância à transcendência da Vida, ao seu processo de transição e aos seus antepassados. O conceito de "almas afins" e "Família Astral" eram muito bem entendidos e compreendidos. Site-Meltingrot.Fortunecity |
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