segunda-feira, 10 de dezembro de 2007

O corpo astral

Cap. 19 de o corpo astral de A. Powell.

CAPÍTULO XIX de O Corpo Astral

ENTIDADES ASTRAIS: HUMANAS


Enumerar e descrever cada tipo de entidade astral seria tarefa tão
formidável como a de enumerar e descrever cada tipo de entidade
física. Tudo quanto podemos tentar aqui é tabular as classes
principais e dar uma breve descrição de cada uma delas.

ENTIDADES ASTRAIS

Humanas:

Fisicamente vivas:

1.      Pessoa comum
2.      Psíquicos
3.      Adepto ou seu discípulo
4.      Mago negro ou  seu discípulo

Fisicamente mortas:

1.      Pessoa comum
2.      Sombras
3.      Cascão
4.      Cascão vitalizado
5.      Suicidas e vítimas de morte súbita
6.      Vampiros e lobisomens
7.      Magos negros ou seus discípulos
8.      Discípulo aguardando reencarnação
9.      Nirmanakaya

Não-humanas:

1.      Essência elemental
2.      Corpo astral de animais
3.      Espíritos da natureza
4.      Devas

Artificiais

1.      Elementais formados inconscientemente     
2.      Elementais formados conscientemente     
3.      Artificiais  humanos

A fim de se fazer a classificação bastante completa, é necessário
dizer que, além das entidades anotadas acima, Adeptos muito elevados
vindos de outros planetas do sistema solar e visitantes ainda mais
augustos vindos de distância ainda maior aparecem ocasionalmente, mas
embora seja possível, torna-se quase inconcebível que tais Seres
cheguem a se manifestar num plano tão baixo como o astral. Se
quisessem fazê-lo, criariam um corpo temporário de matéria astral
deste planeta.

Em segundo lugar, ha' também duas grandes evoluções desenvolvendo-se
nesse planeta, embora pareça que não há a intenção de que elas, ou o
homem, possam habitualmente estar conscientes uns dos outros. Se
chegamos a ter contato com elas, provavelmente esse contato seria
físico, sendo sua conexão com o nosso plano astral muito tênue. A
única possibilidade de aparecerem depende de um incidente
extremamente improvável em cerimônia mágica, que apenas poucos dos
mais avançados magos sabem como realizar; não obstante, isso
aconteceu pelo menos uma vez.


A CLASSE HUMANA: (a) Fisicamente vivos

1.      A pessoa comum. - Essa classe consiste em pessoas cujos
corpos físicos estão adormecidos e que flutuam pelo plano astral, em
vários graus de consciência, conforme já foi descrito no capítulo IX,
A Vida no sono.

2.      O psíquico. - A pessoa psiquicamente desenvolvida estará, de
hábito, perfeitamente consciente quando fora do corpo físico, mas por
falta de um treinamento apropriado será talvez vítima de enganos
quanto ao que vê. Com freqüência poderá percorrer todos os subplanos
astrais, mas às vezes é especialmente atraída por um deles e
raramente passa para além da influência desse plano. Suas recordações
do que viu podem naturalmente variar entre perfeita nitidez, máxima
distorção, ou o absoluto esquecimento. Já que a supomos fora da
orientação de um Mestre, aparecerá sempre em seu corpo astral, já que
não sabe como funcionar em seu veículo mental.

3.      O Adepto e Seus discípulos. - Esta classe não emprega
habitualmente o corpo astral, e sim o corpo mental, que é composto da
matéria dos quatro níveis inferiores do plano mental. A vantagem
deste veículo é permitir a passagem instantãnea do mental para o
astral e vice-versa, permitindo ainda o uso, em todas as ocasiões, do
poder maior e maior agudeza dos sentidos de seu próprio plano.
Não sendo o corpo mental perceptível ã visão astral, o discípulo que
nele trabalha aprende a reunir em torno de si um véu temporário de
matéria astral, quando deseja tornar-se visível para entidades
astrais. Tal veículo, embora seja na aparência uma exata reprodução
do homem, não contém nada da matéria de seu próprio corpo astral, mas
corresponde a ele da mesma forma pela qual a materialização
corresponde a um corpo físico.
Num estágio mais precoce de desenvolvimento, o discípulo pode ser
encontrado funcionando em seu corpo astral como qualquer outro; mas,
seja qual for o veículo que esteja empregando, um discípulo, sob a
orientação de um Mestre competente, está sempre inteiramente
consciente e pode funcionar facilmente em todos os subplanos.

4.      O mago negro e seus discípulos. - Esta classe corresponde,
mais ou menos, à do Adepto e Seus discípulos, a não ser que o
desenvolvimento tenha sido para o mal e não para o bem, ou os poderes
adquiridos sejam usados para propósitos egoísticos e não para fins
altruísticos. Entre esta categoria inferior estão os que praticam os
ritos das escolas de Obi e Vudu e dos curandeiros das várias tribos.
De intelecto superior, e por isso mesmo mais censuráveis, são os
magos negros tibetanos.

A CLASSE HUMANA: (b) Fisicamente mortos

1.      A pessoa comum depois da morte. - Esta classe, obviamente
muito grande, consiste em todos os níveis de pessoas, em diversas
condições de consciência, como já foi integralmente descrito nos
capítulos XIII a XV, A Vida Depois da Morte.

2. A Sombra. - No capítulo XXIII veremos que, quando a vida astral da
pessoa termina, ela morre no plano astral e deixa seu corpo astral em
desintegração, precisamente como, quando morre fisicamente, deixa seu
cadáver físico que se deteriora.
Na maioria dos casos, o ego superior não pode retirar desses
princípios inferiores o todo de seu princípio manásico (mental);
conseqüentemente, uma porção da matéria mental inferior permanece
presa ao cadáver astral. A porção de matéria mental que assim
permanece consiste nos tipos mais grosseiros de cada subplano, que o
corpo astral conseguiu arrancar do corpo mental.
Esse cadáver astral, conhecido como Sombra, é uma entidade que de
forma alguma é o indivíduo real. Não obstante, guarda sua aparência
exata, possui a sua memória, e todas as suas pequenas
idiossincrasias. Pode, portanto, ser tomado por ele, como de fato
acontece, com freqüência, nas sessões espíritas. A Sombra não é
consciente de qualquer ato de impersonalização, porque, enquanto se
refere ao intelecto, deve
necessariamente supor que é o indivíduo. Na realidade, é apenas um
feixe sem alma de suas qualidades inferiores.
A duração da vida de uma sombra varia de acordo com a quantidade de
matéria mental inferior que a anima, mas tal matéria vai-se
esgotando, seu intelecto diminui em quantidade, embora possa possuir
uma grande dose de certa espécie de astúcia animal. E mesmo quase até
o fim de sua carreira é capaz de comunicar, retirando do médium uma
inteligência temporária. Por sua própria natureza, está vastamente
exposta a oscilar entre toda a espécie de más influências e, estando
separada de seu ego superior, nada tem em sua constituição para
responder às boas influências. Portanto, deixa-se usar para vários
fins de tipo inferior da espécie mais baixa de magos negros. A
matéria mental que ela possui desintegra-se gradualmente e retorna
para a matéria geral de seu próprio plano.

3. O Cascão. - Um cascão é o cadáver astral nos últimos estágios de
sua desintegração, cada partícula mental já não existindo ali. Em
conseqüência, sem qualquer tipo de consciência ou inteligência, ele
deriva, passivamente, entre as correntes astrais. Pode ser mesmo
então galvanizado por alguns momentos, num tipo horrível de arremedo
de vida, se lhe acontecer chegar ao alcance da aura de um médium. Sob
tais circunstâncias, ele ainda se parecerá exatamente com a
personalidade que dele se separou, e pode até reproduzir, em certa
extensão, suas expressões familiares ou sua caligrafia.
Tem, também, a qualidade de ser ainda cegamente responsivo a
vibrações, geralmente de ordem inferior, tais como as que foram
instaladas nela durante o último estágio de sua existência como
sombra.

4. O Cascão vitalizado. - Essa entidade, estritamente falando, não é
humana: não obstante, é classificada aqui por causa de seu aspecto
externo, o cascão passivo, destituído de sentidos, que foi, um dia,
apanágio da humanidade. Vida, inteligência, desejo e vontade, tais
como ele pode possuir, são os do elemental artificial que o anima,
sendo esse elemental artificial, por sua vez, criação do mau
pensamento do homem.
Um cascão vitalizado é sempre malevolente, um verdadeiro demônio
tentador, cuja má influência fica limitada apenas pela extensão de
seu poder Como a sombra, é freqüentemente usado nas formas Obia e
Vudu de magia. Há escritores que se referem a ele como um "elemental".

5.      O Suicida e a vítima de morte súbita. - Estes já foram
descritos no capítulo XV, A Vida Depois da Morte. Pode-se notar que
essa classe, bem como a das Sombras e dos Cascões Vitalizados, são
o      que se pode chamar vampiros menores, porque, ao terem
oportunidade, prolongam sua existência sugando a vitalidade de seres
humanos aos quais consigam influenciar.

6.      O vampiro e o lobisomem. - Estas duas classes são hoje
extremamente raras, e exemplos deles são encontrados ocasionalmente.
~, de fato, possível que um homem viva uma existência de tal forma
degradada, egoísta e brutal, que o todo da mente inferior se torne
emaranhado em seus desejos e acabe por se separar do ego superior.
Isso é possível apenas quando o menor raio de altruísmo e
espiritualidade foi abafado, e quando não há qualquer aspecto que
leve à redenção.
Tal entidade perdida encontra-se bem depressa, após a morte, incapaz
de conservar-se no plano astral e é irresistivelmente atraída, em
plena consciência, para "seu próprio lugar", a misteriosa oitava
esfera, para ali desintegrar-se lentamente, após experiências que é
melhor não descrever. Se, contudo, morreu pelo suicídio ou pela morte
súbita, pode sob certas circunstâncias, especialmente se sabe algo de
magia negra, evitar esse destino passando à horrenda existência de
vampiro.
Já que a oitava esfera não pode reclamá-lo enquanto não chega
a morte do corpo, ele o preserva numa espécie de transe cataléptico,
transferindo para ele o sangue que suga de outros seres humanos
através
de seu corpo astral semimaterializado, adiando assim seu destino final
e cometendo, para tanto, mortes por atacado. O remédio mais eficaz,
num caso assim, tal como a "superstição" popular corretamente supõe,
é cremar o corpo, privando assim aquela entidade do seu ponto
de apoio.
Quando a sepultura é aberta, o corpo aparece habitualmente bastante
viçoso e sadio, e em geral o ataúde não se mostra cheio de sangue. A
cremação, como é óbvio, torna impossível essa espécie de vampirismo.
O Lobisomem pode manifestar-se, de início, somente durante a vida
física de um homem, e isso implica invariavelmente em algum
conhecimento das artes mágicas - suficiente pelo menos para que ele
consiga projetar seu corpo astral.
Quando um homem inteiramente brutal e cruel faz tal coisa, sob certas
circunstâncias o corpo astral pode ser apanhado por outras entidades
astrais e ser materializado, não sob forma humana, mas sob a forma de
algum animal selvagem, quase sempre um lobo. Nesta condição ele
perambulará pela região que o rodeia, matando outros
animais e mesmo seres humanos, satisfazendo assim não só sua própria
sede de sangue como também a dos demônios que o excitam.

Nesse caso, como com freqüência acontece com as materializações
comuns, uma ferida feita à forma astral será reproduzida no corpo
físico humano, por um curioso fenômeno de repercussão, como
explicamos mais adiante. Depois da morte do corpo físico, entretanto,
o corpo astral, que provavelmente continuará a aparecer da mesma
forma, é menos vulnerável.

Será, entretanto, menos perigoso, e, a não ser que encontre um médium
apropriado, não poderá manifestar-se integralmente. Em tais
manifestações há, provavelmente, uma grande quantidade de matéria do
duplo etérico, e talvez até mesmo algum do liquido dos constituintes
gasosos do corpo físico, como no caso de algumas materializações. Em
ambos os casos, esse corpo fluídico parece capaz de ir a distâncias
maiores do corpo físico do que de outra maneira seria possível, tanto
quanto se sabe, a um veículo contendo matéria etérica.

As manifestações, tanto de vampiros como de lobisomens, restringem-se
quase sempre à vizinhança imediata de seus corpos físicos.

7.      O mago negro e seus discípulos. - Esta classe corresponde.
mutatis mutandis  à do discípulo à espera da reencarnação, mas, nesse
caso, o homem está desafiando o processo natural de evolução,
mantendo-se na vida astral através de artes mágicas - muitas vezes da
mais horrível natureza.

Considera-se indesejável a enumeração ou descrição das várias
subespécies, já que o estudante de ocultismo deseja apenas evitá-las.
Todas essas entidades, que assim prolongam sua vida no plano astral
para além do natural limite, fazem isso a expensas de outros e pela
absorção de suas vidas, de uma ou de outra forma.

8.      O Discípulo à espera da reencarnação. - Esta também e,
presentemente, uma classe rara. Um discípulo que resolveu não "entrar
em seu Devachan”  isto é, não passar para o mundo celestial, mas
continuar a trabalhar no plano físico, tem, às vezes, com a permissão
apenas de uma autoridade muito alta, possibilidade de fazê-lo, sendo
arranjada por seu Mestre uma reencarnação adequada para ele. Mesmo
quando tal permissão é recebida, diz-se que o discípulo deve manter-
se estritamente no plano astral enquanto a matéria está sendo
arranjada, porque, se tocar no plano mental, mesmo por um momento que
seja, pode ser arrastado por uma corrente irresistível, novamente,
para a linha da evolução normal, e passar assim para o mundo
celestial.

Ocasionalmente, embora raramente, o discípulo pode ser colocado
diretamente num corpo adulto, cujo ocupante anterior não mais o usa.
Mas só raramente há a disponibilidade de um corpo adequado.
Entretanto, o discípulo fica, naturalmente, com a consciencia
integral do plano astral e preparado para seguir adiante com o
trabalho que lhe deu seu Mestre, ainda com maior eficácia do que
quando embaraçado pelo corpo físico.

9. Os Nirmanakayas. - E realmente muito raro isto de um ser tão
elevado como um Nirmanakaya manifestar-se no plano astral. Um
Nirmanakaya é aquele que, tendo conquistado o direito de repouso,
durante inhnitas eras, em indescritível beatitude, ainda assim
escolheu permanecer em contato com a terra, suspenso, por assim
dizer, entre este mundo e o Nirvana, a fim de gerar correntes de
força espiritual que possam ser empregadas no auxílio à evolução. Se
Ele desejar aparecer no plano astral, criará sem dúvida, para seu
uso, um corpo astral temporário, usando a matéria atômica do plano.
Isto é possível porque o Nirmanakaya retém Seu corpo causal, e também
os átomos permanentes que trouxe consigo durante a Sua evolução, de
forma que a qualquer momento Ele pode materializar em derredor de si
os corpos mental, astral ou físico, se assim o desejar.

(FIM DO CAPÍTULO)


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