sexta-feira, 28 de dezembro de 2007

Origens esotéricas do xadrez

Origens Esotéricas do Xadrez


O  xadrez  é um jogo antiqüíssimo, tem muitos milênios de existência, e por
isso não é de se estranhar que estejam ligadas a ele lendas cuja veracidade
é difícil de comprovar, devido à sua antigüidade. Para compreendê-lo, não é
necessário  ser  um  mestre  no  xadrez,  basta  simplesmente  saber  que o
tabuleiro  onde  se  joga  está  dividido  em  64  casas, divididas igual e
alternadamente em brancas e pretas.

Uma  das  lendas diz: O jogo de xadrez foi inventado na Índia. Quando o rei
Cheram  o  conheceu  ficou  maravilhado do engenhoso que era esse jogo e da
múltipla variedade de posições que nele são possíveis.


Ao  se inteirar que o inventor era um de seus súditos, o rei manou chamá-lo
com  o  objetivo  de recompensá-lo pessoalmente por seu acertado invento. O
inventor,  de  nome  Seta,  apresentou-se  ante o soberano, vestindo-se com
muita  modéstia,  e  que vivia graças aos meios que lhe proporcionavam seus
discípulos.


Seta,  quero  te recompensar dignamente pelo engenhoso jogo que inventaste,
disse  o rei. O sábio agradeceu, mas não aceitou a generosidade. Sou rico o
bastante  para cumprir qualquer desejo teu. Diz-me recompensa que desejas e
eu  te  satisfarei.  Seta  continuou calado. Não sejas tímido, expressa teu
desejo, não vacilarei em nada para satisfazê-lo.


Grande  é  a tua magnanimidade, ó soberano, porém concede-me um curto prazo
para  meditar  sobre  a  resposta,  e  amanhã,  depois  de árduas reflexões
comunicarei ao senhor a petição.


Quando  ao  dia  seguinte Seta se apresentou de novo ante o trono, deixou o
rei  maravilhado  por  sua  petição  sem precedentes. Soberano, disse Seta,
manda  que me entreguem um grão de trigo pela primeira casa do tabuleiro de
xadrez. Um simples grão de trigo?, contestou admirado o rei. Sim, soberano,
e  pela  segunda  casa  ordene  que  me entreguem dois grãos, pela terceira
quatro  grãos, pela quarta oito, pela quinta dezesseis, pela sexta trinta e
dois etc.


Basta,  o  rei interrompeu irritado, receberás o trigo correspondente às 64
casas  do  Tabuleiro de acordo com teu desejo: a cada casinha receberás uma
dupla quantidade que pediste, porém deverás saber que tua petição é indigna
de  minha  generosidade;  ao  me  pedir  tão  mísera recompensa menosprezas
irreverentemente minha benevolência. Em verdade, como sábio que és deverias
Ter dado maior prova de respeito ante a bondade de teu soberano. Sai daqui,
meus servos te darão esse saco de trigo que solicitaste.


Os matemáticos da corte trabalharam intensamente para calcular a recompensa
de Seta, que ficou esperando na porta do palácio real. Somente ao amanhecer
do  outro  dia  o  matemático  chefe  da  corte  solicitou  audiência  para
apresentar   ao   rei  um  informe  muito  importante:  Ó  rei,  calculamos
escrupulosamente a quantidade de grãos que Seta deseja receber. Resulta uma
cifra  astronômica,  absurdamente  gigantesca. Seja qual for sua magnitude,
interrompeu  com  altivez  o  rei,  meus  graneiros  não  empobrecerão meus
depósitos,  prometi  dar  a  recompensa  a Seta e portanto eu a entregarei.
Soberano,  agora não depende de tua vontade o cumprir semelhante desejo, em
todos  os  teus  graneiros não existe a quantidade de trigo que exige Seta.
Tampouco  existe  nos  graneiros de todo o reino, até mesmo os graneiros do
mundo são insuficientes.


Se  desejas  entregar sem falta a recompensa prometida, ordena que todos os
reinos  da  terra  se  convertam  em lavouras, manda secar mares y oceanos,
ordena  fundir  os  gelos  y  as  neves que cobrem os distantes desertos do
norte,  que todo o espaço seja totalmente semeado e se ordene entregar toda
a  colheita  obtida  a  Seta. Somente então receberá sua recompensa. Diz-me
qual  é  essa  cifra  tão  monstruosa  de grãos, disse o rei, reflexionando
espantado.  Ó  soberano, são dezoito quintilhões, quatrocentos e quarenta e
seis  quatrilhões,  setecentos  e setenta e quatro trilhões, setenta e três
bilhões,  setecentos  e  nove  milhões,  cinqüenta  e um mil e seiscentos e
quinze 18.446.744.073.709.051.615).


Ou seja, é o mesmo que 2 elevado à potência 64...


A  recompensa  do  Inventor do Xadrez deverá ocupar um volume aproximado de
12.000  Km3.  Se o graneiro tivesse 4 metros de altura e 10 de largura, seu
comprimento  teria  que ter 300.000.000 de quilômetros, ou seja, o dobro da
distância  que separa a terra do sol. (trechos tomados do livro O Divertido
Jogo das Matemáticas, de autoria de Perelman.)





ASPECTO ESOTÉRICO DO XADREZ


Símbolos das partes do tabuleiro


Representa  em  si o Jogo da Vida. A vida é um tabuleiro de xadrez, na qual
cada  um  de  nossos  atos  é  uma  jogada.  Se  nossas  jogadas  são boas,
inteligentes  e oportunas o resultado será o êxito, saúde e longevidade. Se
pelo  contrário nossas jogadas são feitas de má-fé, egoístas e inoportunas,
o  resultado  será  o  fracasso,  a  enfermidade  e a morte. Se analisarmos
numericamente  a  quantidade  de casas num tabuleiro, encontraremos 64, que
para efeitos cabalísticos nos dá um total de 10, o qual representa a Lei da
Recorrência,  a  Repetição,  a  Retribuição,  a  Roda do Samsara, as forças
evolutivas.


A  quantidade  de  casas  brancas  é  32  (3  + 2 = 5), a lei do Dharma. Em
linguagem  mística  da luz, quando nos iniciamos no tabuleiro da existência
nos  recebem  as forças brancas, ou seja, os peões com suas forças brancas,
ou seja, os peões brancos nos dão as boas-vindas, indicando que começamos a
Evoluir.  Como  quer que nada na Natureza está extático, chega o momento em
que se fracassa e caímos nas garras das forças involutivas. A quantidade de
casas  pretas é de 32 (3 + 2 = 5), a lei do Karma. Na linguagem mística das
trevas, é a decadência, a disfunção e a morte.


O  bem  e  o mal não existem. Uma coisa é boa quando nos convém e má quando
não  nos convém. O bem e o mal são uma questão de conveniências caprichosas
da mente. O homem que inventou os fatídicos termos Bem e Mal foi um atlante
chamado   MAKARI  KRONVERZYON,  distinto  membro  da  sociedade  científica
AKALDAN,  situada na submergido continente atlante. Esse velho sábio jamais
suspeitou  do  grave  dano  que causaria à humanidade com a invenção dessas
suas duas palavrinhas.


Os Peões:


Quando  enfocamos  o  jogo  nos  aspectos  militares,  sobretudo nas cortes
medievais,  simbolizam  os soldados do Rei, que é a base dos planos do peão
para que avance, é um germe de debilidade que se cria.


Os  oito  peões  são  as  oito  Virtudes  da  Mãe  Devi-Kundalini, que são:
Compreensão,  Vontade,  Verbo,  Reto  pensar,  Reto sentir, Reta maneira de
ganhar  a  vida,  que  haja Paz e que haja Amor. Também representa o Arcano
oito  do  Tarô  (ou  seja, o Padrão das Medidas): a Justiça, cada um de nós
lutando contra os contratempos.


Os  movimentos  são muito limitados, as sombras do pecado desse Rei Interno
de cada um de nós que nunca pecou, tu sabes.


As Torres:


Simbolizam  o  estado de Alerta Percepção e de Alerta Novidade, nos Grandes
Mistérios  davam  ao neófito o Cinzel e o Martelo para que fosse polindo as
duas colunas do Templo, a Branca e a Negra, ou melhor, a Dórica e a Jônica.
Os  Cimentos  da  torre  na  época  medieval eram de pedra e quase todas as
torres  estavam  feitas  deste  material, símbolo resplandecente da Energia
Sexual.


Os Cavalos:


Representam  a  Ousadia  e  o  valor  para  eliminar o Medo, sus movimentos
descrevem  o  esquadro e o compasso, tão importantes nos estudos maçônicos.
Seus movimentos são em forma de L, que no sistema de numeração romana tem o
valor de 50, que decompondo-se nos está indicando a Lei em Rigor.


Os Bispos:


Nas  cortes  medievais  conheciam-se  com  o  nome  de Bispos e eram os que
estavam  mais  próximos  ao Rei; alegorizavam as Lanças, a Urânia-Vênus dos
Gregos.


O Rei:


Representa a Sabeduria, nosso Real Ser, el V.M. Interno, a Estrela Interior
que sempre nos sorri.


Todo o jogo do Xadrez consiste em colocar o rei em uma situação tal que não
possa  mover-se  e então é quando se lhe dá a Morte, o Xeque-Mate. É sabido
que  terminada  uma partida de xadrez se pode iniciar mais uma vez, segundo
os  acordos  dos  jogadores, porém o Rei segue sendo o Rei e este não muda,
assim é nosso Real Ser. É o que foi, o que é e o que será.


Deve-se  notar  que  alguns  valores  que  temos dado às não são os valores
clássicos, senão Esotéricos.


A Rainha:


Não  poderia  faltar  no  Tabuleiro  da  existência  e no xadrez o elemento
feminino, o princípio universal da vida, o qual resplandece em toda a Obra,
o próprio Deus; o Rei desdobrado em Mulher, o Eterno Amor que flui e reflui
em todo o criado.


Desde  crianças  pedimos suas ternuras porque Ela é a outra metade de nosso
Ser e vice-versa.


Sem  a  Dama,  a Rainha, em uma partida de xadrez, nos sentimos sem o poder
supremo, estamos perdidos.


Se fizermos um estudo transcendental das diferentes culturas vemos como por
trás  da glória dos Grandes Homens Ilustres sempre havia uma Mulher, como a
Sacerdotisa  de  Tebas,  em  meio  de  tochas  falou  às  multidões, como a
Sacerdotisa  dos  Templos  de  Mistérios.  Reinou  no Egito, como Vestal de
Delfos,  sob  o  nome  de  Pitonisa...  Um grande Mestre disse: O Summum da
Beleza  é  a  Mulher,  a Natureza, a Música, as Flores, uma Paisagem... uma
criança  nos  comove,  porém a mulher nos comove e nos atrai, nos inspira e
nos provoca.


A liberdade de movimentos da Rainha, num tabuleiro de xadrez, é formidável,
os  valores  fundamentais  do  xadrez são o Tempo, ou seja, a Rapidez, para
realizar  os planos, o espaço, o domínio do maior número de defeitos; se as
jogadas   no   xadrez   são  bem  feitas  e  com  força  suficiente,  se  o
desenvolvimento  e as circunstâncias foras maravilhosos, o resultado será a
Vitória.


Na  vida, o homem se enfrenta com inúmeros problemas, cada pessoa necessita
saber  como  resolver  cada  um  desses  problemas;  inteligentemente  todo
xadrezista  sabe que toda solução está no próprio problema, sempre que haja
a  tranqüilidade  e equilíbrio perfeitos entre a Mente, a Emoção e o Centro
Motor.


No mundo existe uma enorme quantidade de pessoas a quem se lhe proporcionou
elementos  para  triunfar na vida, porém carecem de hábitos e da capacidade
para  Raciocinar  logicamente,  porque podemos assegurar que todos os seres
humanos  somos  pedras  de  xadrez  no Tabuleiro da Vida; e sobre nós estão
Seres  Superiores  que  umas  vezes  dão apoio às pedras pretas e outras às
brancas.


Cada  um  de nós está nestes momentos repetindo a mesma partida de sua vida
passada,  mais  as  conseqüências,  boas  ou  más, sob os efeitos da Lei de
Recorrência.   Jogadores   Inconscientes   que   não   aprendemos  a  jogar
inteligentemente  e  que  nosso  destino não o decide um só propósito senão
milhares e milhares de agregados. psicológicos.


Todos  os  seres humanos sem um Ensinamento superior somos como uma partida
de  xadrez  sem  peões, curtos de inteligência e com muitas limitações, que
ignoramos  que  dentro  de  nós  terríveis  possibilidades  que devidamente
desenvolvidas nos levariam à Vitória Final.


A  Gnose  pois  nos  convida  mediante  o  jogo-ciência  a  ser verdadeiros
jogadores  inteligentes  e  conscientes,  como  também para mover dentro de
Forças superiores ignotas, que farão de nós Homens reais e verdadeiros.





Síntese do Xadrez Esotérico na Prática


Trabalho Arcânico no Xadrez Esotérico

·    Rei e a Rainha. Simbolizam o homem e a mulher trabalhando na Grande
Obra, o Arcano AZF.
·    Os Bispos são a Lança e a Gadanha, simbolizando desta maneira à Mãe
Divina fabricando Corpos e desintegrando Defeitos.
·    Os Cavalos. Simbolizando a força que vai-se adquirindo através do
trabalho com a energia sexual transmutada, simboliza também a Inteligência,
a amizade e o triunfo.
·    As Torres simbolizam o Corpo Astral e o Mundo Mental. As saudações
JÁKIN-BOAZ, que se faz à entrada de todo templo e que o homem e a mulher
deve fazer no momento de ir ao trabalho sexual AZF.
·    Os Peões. Indicando as 8 Virtudes da Kundalini e que devemos
conquistar para poder ser aceitos por Devi Kundalini.
·    O Tabuleiro. É o jogo da Vida e não sabemos se estamos jogando a
última partida.
·    Os Quadrados Pretos e Brancos. Que algumas vezes as pretas nos dão
força e outras as brancas. Positivo e negativo. O equilíbrio em tudo.
·    A palavra Xadrez (Nota do Tradutor: em espanhol AJEDREZ. A partir de
agora, o Mestre Samael explica o significado das letras que compõem a
palavra Ajedrez). Simbolicamente vemos a Balança da Justiça Cósmica assim:
·    A letra A: a água, ou seja, o Karma.
·    A Z: o fogo, ou seja, Dharma.
·    A D: O equilíbrio que se deve ter em tudo e assim lograr realizar-nos.
·    Si decompomos mais as letras, vemos o seguinte:
·    A letra J: simboliza o Bastão dos Patriarcas.
·    A E: simboliza os Quatro Elementos da Natureza. A Esfinge do Egito
milenar. O Verbo.
·    A R: O fogo Sagrado do Espírito Santo. A Mãe Divina Kundalini.




Autoria deste texto: Samael Aun Weor


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