quinta-feira, 2 de agosto de 2007

Amma e meu primeiro darshan



Estar com Amma, foi uma experiencia profunda e tocante, sua entrega e amor incondicional me fez rever muitos dos meus valores "Ocidentais".

Sua obra assistencial e a abrangencia mundial de seus atos assinam sua bondade, misericordia, amor e entrega devocional.

Me sinti muito tocada por toda a organização e todo o voluntariado em torno da realização do evento.

Só mesmo um "Ser" tocado pelo Divino e incorporando ações de amor e sabedoria e capaz de sustentar um trabalho de tamanha envergadura moral e espiritual.

Recebi meu primeiro darshan em 01 de agosto de 2007. Confesso que ao abraçá-la, fui tocada de maneira tão intensa e profunda que quase fiquei inconciente, ela me olhou com um olhar de amor e reconhecimento e novamente me abraçou e pediu para os volantarios que me ajudassem a sair e sentasse do lado.

Com toda a morosidade dos voluntários, tocados também por sua presença amorosa e santa, conduziram-me para sentar juntos ao grupo de voluntariados que estavam enfileirados a sua esquerda, e lá fiquei, por algum tempo, e me perdi no tempo... voltei totalmente para dentro de mim, num estado de graça e contentamento e sem conseguir palavras para expressar o que sentia. Levei um bom tempo para voltar a mim.

Quando consegui abrir os olhos novamente, sentia um desejo infinito de fechar os olhos novamente e entrar em comunhão com o Divino e simplismente deixar nutrir meu espirito de tamanha vibração Divina.

Os canticos sagrados, eram como tapetes que faziam voar a dimensões sutis...moradas das divindades hindus. Repletas de luzes, cores e sons. Com riqueza de vibraçoes que se assemelhavam a um tesouro em espécie de luz. Reluzia, emanava, vibrava e nutria.

Fui tocada profundamente por essa experiência e fui ficando no salão enquanto meus amigos foram passear por copacabana. Eu simplesmente não pude ir. Não quis ir. Neste momento pude perceber o encontro delicioso comigo mesmo e o estado de paz e comunhão com a vibração dos que estavam lá, e então fiquei.

Era profundamente tocante observar pessoas chegando, de varios lugares, varios idiomas, varios jeitos de ser, uns sendo conduzidos por seu parentes, sem condição de andar, outros idosos com andar lento, na busca de algo, que só eles podiam saber.

Eram crianças, jovens. adultos, mulheres, homens, bebes, idosos, era impressionante ver a peregrinação que se seguia por todos para pegar a senha, enfrentar imensas filas para enfim caminhar de joelhos no final, num gesto de humildade e reverencia ao sagrado nos instantes antes de abraçá-la.

Eu ja havia saido e voltado varias vezes do salão... Fui me alimentar no restaurante vegetariano, cuidado pelos voluntarios da Amma, sai lá fora, via gente chegando, de taxi, a pé, de onibus, era impressionante, não parava de chegar gente e sair gente.

Quando voltei para o salão, lá estava ela, depois de horas, sem comer absolutamente nada e nem beber nada a abraçar as pessoas, com um sorriso e um profundo abraço sentido.

No salão, um telão, a camera focava ela e os abraços, e tudo se seguia por horas a fio.

Estava cansada e lá perto dela, do lado direito, devotos em meditação, sentados, cumpriam seu momento divino, lá, vi, com coragem alguem que se deitava, para repousar o corpo, e então me encorajei a fazer o mesmo, afinal tinha sido dificil a viagem de SP ao RJ, estava sem durmir adequadamente, e então, repousei, e desliguei. Dormi profundamente ao som dos Canticos devocionais dos Swamis. Foi um mergulho interno, somando o descanso do corpo ao descanso do espirito, como uma balsamo.

Quando voltei em mim, novamente, sentei, e meus olhos foram em busca de Amma, e lá estava ela, com um sorriso resplandecente e seguindo com os abraços interminaveis.

Fique atonita e perplexa! Como ela podia aguentar? Só mesmo o Divino abençoando e sustentando seu corpo. Era inexplicavel.

E o tempo foi seguindo, e lá pelas tantas. Lembrando que cheguei 6h40, mais ou menos e tinha apenas umas quarenta pessoas na minha frente que já haviam chegado. Lá no comecinho da fila, meu amigo Antonio, que também tinha embarcado rumo ao rio com apenas 15m de diferença.

O evento iria começar as 10:00hs, com a meditação e o inicio dos darshans, eu era A1, acredito que em cada A1 havia umas 100 pessoas.

O dia se seguiu e fiquei por lá fisicamente até as 23 horas. Onde com meus amigos Alexandre Chagas, Eliana Mattos e Marlene seguimos de volta para São Paulo.

Todos estavamos, passados e embriagados pelo divino.

No final, ela terminou de abraçar a ultima pessoa da ultima letra do alfabeto da parte da manha e foi descansar por mais ou menos duas horas.

Retornou ao salão, mais ou menos oito horas da noite, seguiu fazendo uma palestra maravilhosa, onde os ensinamentos traziam a consciencia ao ego da necessidade de trancendencia e da busca por valores humanos.

Seguiu-se por canticos e depois, lá pelas 22:30 iniciou o jornada dos abraços de pessoas que vieram de manha e nao conseguiram senhas e de outras que chegaram a tarde. E sabiamos que partiriamos e que ela viraria a noite ate abraçar novamente a ultima letra do abeçedalho. Acredito que por volta de 2500 a 3000 foram abraçadas a cada contagem de senhas que iam do A ao Z, seguido de um numero. Quando fui embora estava no A4. Talves 4 x 2 500, quem sabe ate aquel momento Amma já havia abraçado umas 10.000 mil pessoas.

Realmente me senti profundamente tocado por esse evento.

Foi um momento de transcendência para mim.

Eu me via como um Ser e me via como um Ego.

E quando percebia meu ego em sua tagarelice usual, eu sentia vergonha e remorso, e percebia o quanto eu feria pessoas atraves da minha critica e postura julgadora.

Um das coisas mais tocantes em sua palestra foi quando ela contou uma historia e com essa historia o ensimento de quanto despreparados estamos para entrar no momento do outro. As vezes invadimos as pessoas e não respeitamos o momento e as condiçoes psiquicas e ate corporais que aquela pessoa esta. Chegamos e vamos despejando as coisas, sem saber as condições, mentais, emocionais, espirituais e corporais que a pessoas se encontra. Se esta bem, se esta sofrendo em que condiçoes esta. E isso é muito frequente na internet. Quando pessoalmente até perguntamos como esta a pessoa, mais muitas vezes, atropelamos, com gestos, atitudes e palavras.

Por isso, considero divino a arte do encontro.

E por ai, seguiu, milhares de outros toques de sabedoria.

Com a vergonha, seguiu-se a consciência.

Realmente me sinto em outra frequencia vibratória. Hoje já se passou 24 horas do ultimo momento que ví Amma e os Swamis e ainda me sinto em estado de extase.

Aos poucos vou voltando. Afinal a vida humana se segue, e ao menos que eu queira sair do mundo das ilusões e viver uma vida monastica, eu tenho que equilibrar os mais diversos níveis de realidade de meu Ser.

Outro momento escrevo o que ví nos canticos devocionais de Amma.

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